O presidente da Fuji Television renunciou ao cargo nesta segunda-feira (25), após alegações de que um funcionário da emissora ajudou a organizar uma refeição na qual o apresentador de TV japonês Masahiro Nakai é acusado assédio sexual. O anuncio foi feito pela empresa controladora da emissora.
Koichi Minato deixa o cargo após o escândalo em torno de Nakai, que alcançou a fama como membro do extinto grupo pop SMAP e colocou a rede sob intenso escrutínio, levando dezenas de empresas japonesas a pararem de anunciar na rede.
"Sinto profundamente o peso da minha responsabilidade por minar a confiança na mídia", disse Minato em uma coletiva de imprensa na segunda-feira. "Olhando para trás, percebo que houve deficiências em nossa resposta, e reconheço minha falta de consciência em relação aos direitos humanos."
Kenji Shimizu, que deve substituir Minato como o novo presidente da emissora, prometeu "nunca tolerar atos que violem os direitos humanos" e expressou seu compromisso de implementar medidas para evitar uma recorrência "começando do zero".
Além de Minato, a empresa controladora Fuji Media Holdings também anunciou no mesmo dia, a renúncia de seu presidente, Shuji Kano, que também presidia a Fuji TV.
A Fuji TV está enfrentando uma reação negativa pela forma como agiu com o escândalo, que fez Nakai anunciar sua aposentadoria do show business.
Nakai chegou a um acordo extrajudicial de 90 milhões de ienes (US$ 580.000) com uma mulher após atividade sexual não consensual, de acordo com revistas semanais japonesas que também relataram que um funcionário do departamento de programação da Fuji TV estava envolvido na organização de uma refeição na qual eles se conheceram.
Também surgiram relatos de que altos funcionários da Fuji TV exigiam que apresentadoras de TV participassem de reuniões para entreter celebridades.
A Fuji TV foi criticada por sua resposta após o escândalo vir à tona em dezembro, realizando sua primeira coletiva de imprensa sobre o assunto apenas em 17 de janeiro, na qual o número de participantes foi limitado e as filmagens foram proibidas.
Também veio à tona que Minato permitiu que Nakai continuasse aparecendo em programas, apesar de estar ciente do incidente.
Embora a emissora tenha anunciado a criação de um painel de investigação independente de terceiros na quinta-feira, bem como planos para realizar outra coletiva de imprensa, ela enfrentou pedidos cada vez maiores dentro da empresa para que os principais executivos renunciassem.
Yoichi Ueno, chefe de relações públicas da Fuji TV, afirmou durante a coletiva de imprensa que os funcionários da emissora não estavam envolvidos na organização do encontro entre Nakai e a mulher.
Fonte: Kyodo News