As economias regionais em dificuldades do Japão podem receber um impulso muito necessário por meio da recente introdução de passeios de trem de alto padrão, que oferecem aos viajantes a chance de conhecer locais menos visitados com luxo.
O atrativo ocorre em um momento em que as linhas de trem locais e as comunidades no Japão envelhecido estão sob pressão devido à queda no número de passageiros e à redução da população, com governos e empresas privadas buscando maneiras de incentivar turistas estrangeiros a encontrar destinos fora dos circuitos tradicionais.
Entre esses passeios estão os do luxuoso trem Royal Express da Tokyu Corp., operado em várias partes do Japão.
Em excursões realizadas na província de Shizuoka em novembro e dezembro, operadas em conjunto pela Tokyu e pela Central Japan Railway Co., os passageiros passaram três dias e quatro noites na província central do Japão apreciando vistas do Monte Fuji e experimentando pratos locais de enguia, entre outras delícias.
Apesar dos ingressos considerados caros, de 750.000 ienes (US$ 4.800) a 820.000 ienes por pessoa, todos os seis passeios esgotaram.
No oeste do Japão, o Twilight Express Mizukaze da West Japan Railway Co. está levando passageiros para linhas menos povoadas e ajudando a preservar as tradições locais.
Na estação autônoma de Higashihama, na província de Tottori, os moradores locais exibiram voluntariamente uma tradição de canto folclórico da região para dar as boas-vindas aos passageiros.
Masuo Hamaguchi, um dos dançarinos da trupe, disse que os trens "trouxeram mais turistas e deixaram a cidade animada".
Takeshi Sakimoto, professor de sociologia da Universidade Edogawa especializado em estudos de turismo, disse que há "um potencial de crescimento considerável" nos pontos turísticos regionais pouco explorados do país.
"Passeios de trem de luxo têm o potencial de se tornar um catalisador poderoso para linhas ferroviárias locais em dificuldades", disse ele, destacando seu potencial de atrair turistas estrangeiros para longe de destinos urbanos, como Tóquio e Kyoto, que estão sofrendo com o peso dos turistas.
Fonte: Kyodo News