Em uma preocupante revelação sobre a infraestrutura do Japão, foi constatado que cerca de 10.000 pontes em todo o país, classificadas como necessitando de reparos urgentes ou remoção, permanecem sem qualquer intervenção, mesmo após cinco anos da identificação do problema. A descoberta ressalta a falta de medidas efetivas por parte das autoridades locais responsáveis pela manutenção dessas estruturas vitais.
O alerta sobre a condição precária das pontes ganhou destaque após o trágico colapso do Túnel Sasago em 2012, que levou o governo japonês a adotar uma abordagem mais rigorosa na inspeção de túneis e pontes. Em resposta, o governo impôs uma obrigatoriedade de inspeção quinquenal para todos os gestores dessas infraestruturas, resultando na primeira rodada de verificações, concluída até o final do ano fiscal de 2018.
Na primeira rodada de inspeções, aproximadamente 60.000 pontes geridas por municípios foram avaliadas, e muitas foram identificadas como necessitando de ações corretivas urgentes dentro de cinco anos. Contudo, um relatório recente revela que, passados esses cinco anos, cerca de 17% dessas pontes – totalizando 10.353 locais – continuam sem nenhum tipo de intervenção.
O governo japonês enfrenta agora uma pressão crescente para acelerar os reparos e remoções dessas pontes, garantindo que as falhas de manutenção não resultem em mais tragédias. A situação atual não só compromete a segurança pública, mas também abala a confiança na capacidade das autoridades locais de gerenciar adequadamente as infraestruturas críticas.
À medida que o Japão se prepara para o terceiro ciclo de inspeções, que deve ocorrer até o final do ano fiscal de 2023, a expectativa é que as lições aprendidas com os atrasos anteriores resultem em uma resposta mais eficaz e ágil, evitando que outras pontes alcancem o mesmo nível de deterioração sem a devida intervenção.