Evento contou com participação especial da atriz, humorista e escritora Fabiana Karla
“What a blast!” Uma das gírias em inglês que podem descrever a primeira edição do Semeando Cultura, organizado pela escola de inglês Trend Language School, em Kariya, Aichi, no último domingo (17).
Com as atividades que envolviam as crianças e os adultos, o ponto alto do evento apresentou a cultura e a arte brasileira para os moradores no Japão. A escola provou a riqueza do multiculturalismo brasileiro com brincadeiras em português, músicas, workshops, curadoria de obras de artes e participação especial da atriz, humorista, apresentadora e escritora Fabiana Karla com a leitura de seu livro infantil “O Rapto do Galo”, uma história baseada no carnaval pernambucano.
O evento também teve o compromisso social na arrecadação de doações para os moradores afetados pelo terremoto de Ishikawa, que ainda estão reconstruindo seus lares. Além da venda dos livros, a atriz também doou seu cachê em nome da ação social.
Idealizado pela empreendedora, professora e diretora da escola, Mari Minatti, Semeando Cultura proporcionou a inspiração para se ter conhecimento sobre a cultura brasileira. Mesmo ensinando inglês, a profissional ressalta a importância de compartilhar a nossas raizes, pois mesmo morando no Japão e falando inglês “somos brasileiros”. “Não tem como você ensinar um idioma, sem abraçar essa cultura.”
Mari também destacou a oportunidade de homenagear a nossa língua e como brasileira que mora no Japão há anos, a professora reconhece a importância social e educacional do evento ressaltando sobre os brasileiros que moram por aqui e carecem de conhecimento sobre a cultura brasileira.
A escola pôde dar voz aos novos artistas plásticos onde apresentaram uma curadoria impecável. Tudo o que o artista produz ou reproduz tem uma história por trás e as telas por si mostraram o poder da superação, da religiosidade, os altos e baixos, a escuridão e clareza que semeiam dentro de nós e em cada pintor.
O Galo carnavalesco chegou no Japão
Inspirado nas histórias que Fabiana ouvia da avó Zulmira na infância, o livro ilustrado pela premiada artista Rosinha, traz em sua leveza e riqueza de versos o festival mais cultural, colorido e animado do Brasil: o carnaval. Em especial, a história do símbolo do carnaval de Pernambuco, o galo.
A atriz contou sobre o processo criativo, a influência da também artista brasileira Thalita Rebouças, a escolha de Rosinha como ilustradora, que também é pernambucana. Fabiana conta que o livro foi escrito praticamente em um voo do Rio de Janeiro para Recife e após a leitura dos versos, enviou para Thalita, para uma segunda opinião resultando no incentivo da publicação.
Publicado em 2013 pela editora “Rocco Pequenos Leitores”, Fabiana confessa que não sabia da terra natal da ilustradora Rosinha e sentiu nos traços e formas feitos à mão que ela seria a combinação perfeita para ajudar a contar a história do galo, tornando a obra mais atrativa e reconhecida pelo Ministério da Educação no incentivo e ensino da cultura carnavalesca nordestina nas escolas brasileiras.
“O Rapto do Galo” também conta com um glossário especial sobre o carnaval tradicional de Recife e nordestino, como por exemplo a brincadeira entre os foliões chamada “Zé Pereira”, criada em 1919 em um desfile no interior de Recife.
“Não podemos deixar que as crianças que nasceram aqui, principalmente da comunidade brasileira, percam o contato com a língua mãe. Então, eu acho que trazendo o livro foi uma forma de carinho, pois a mãe pode ler para o filho.”
Para os leitores do Brasil, o livro segue em venda nas livrarias e mercado digital, para os moradores no Japão e de outros países, o livro digital também está a venda em plataformas como a Amazon, por exemplo.
De férias no Japão, a artista se solidarizou em participar do evento fazendo a leitura do livro e sessão de autógrafos e fotos com os fãs. Fabiana se sentiu em casa, e mostrou o quanto a empatia e carisma podem ser divisores de água em nossa história. A artista ressaltou o carinho pelo Japão e a força de vontade em se reerguer e renascer diante de tragédias, “como uma fênix”, destaca.
Texto por Gienyfer Sayuri
(Silvio Mori Assessoria de Imprensa)