Volta da exigência de visto deixa Japão aflito com o governo brasileiro

Publicado em 17 de março de 2023
Por Eduardo Rodrigues
O governo brasileiro alega falta de reciprocidade por parte dos países em não isentar os brasileiros da emissão de visto para entrar nos países em que seus cidadãos estão isentos do mesmo.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou a retomada da obrigatoriedade de vistos de entrada para pessoas vindas dos EUA, Canadá, Austrália e Japão. A lei volta a ser aplicada após 4 anos, desde que o governo brasileiro anterior havia suspendido a emissão.

O motivo, segundo o governo brasileiro, foi que em virtude da isenção de visto aos países, não houve reciprocidade por parte dos mesmos. O G1, portal de notícias da Rede Globo, informou que o presidente brasileiro, Lula, chegou a falar com os homólogos portuários dos países, mas não obtiveram sucesso em parceria de isenções.

Em 2019, o então presidente, Jair Bolsonaro, retirou a obrigação dos vistos dos quatro países com o intuito de aumentar o turismo no Brasil. Porém, o atual presidente disse que a isenção não teve aumento significativo que justificava sua permanência.

A lei de retomada dos vistos passará a entrar em vigor a partir de outubro, e durante os próximos dias o Itamaraty notificará suas embaixadas.

Em nota, o MRE informou: “A isenção fora estabelecida pelo Decreto 9.731, de 16 de março de 2019, em rompimento com o padrão da política migratória brasileira, historicamente alicerçada nos princípios da reciprocidade e da igualdade de tratamento. O Brasil não concede isenção unilateral de vistos de visita, sem reciprocidade, a outros países. A partir da data de entrada em vigência da medida, será adotada a modalidade do visto eletrônico, que vigorava antes da isenção unilateral”.

No Japão, o Ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, expressou descontentamento com a decisão do Brasil de voltar com a exigência dos vistos, segundo notícia publicada pela NHK.

"Entendemos a decisão do ponto de vista da reciprocidade. É lamentável, já que esperávamos que a medida contribuísse para o desenvolvimento das trocas entre os dois países, incluindo o aumento do número de turistas e a melhoria da conveniência no âmbito empresarial, uma vez que as infecções por COVID-19 estão diminuindo", disse Hayashi em uma entrevista coletiva.

Para encerrar: "Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com o Brasil para promover a circulação de pessoas e o intercâmbio econômico".

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