Japão nomeia primeiro ministro da 'Solidão' para cuidados com a saúde mental

Publicado em 11 de abril de 2021
Por Silvio Mori

O governo japonês decidiu criar uma pasta para ajudar a cuidar da saúde mental da população. Tetsushi Sakamoto foi nomeado ministro da 'Solidão', com a missão de ajudar as pessoas que ainda estão isoladas em casa por causa da pandemia, de acordo com o jornal local Japan Times.

Estudos recentes mostraram que o Japão tem altos níveis de isolamento social, em parte atribuídos à sua cultura de trabalhar durante longas horas. O problema cresceu ainda mais devido à pandemia de covid-19, nomeadamente no que diz respeito às pessoas que vivem sozinhas.

No Japão, além das quase 8 mil mortes pela Covid-19, o número de suicídios aumentou pela primeira vez em 11 anos. 

O novo ministro também estará responsável de promover a participação dinâmica de todos os cidadãos e medidas para reduzir a taxa de natalidade.

O Governo do Japão criou também uma task-force em que diferentes departamentos trabalharão juntos para investigar o impacto da solidão.

Um relatório preliminar revelou um aumento de suicídios ao longo de 2020. De acordo com a Agência Nacional de Polícia, 20.919 pessoas morreram por suicídio no Japão em 2020 – um aumento de 750 mortes em comparação com 2019 e a primeira vez que o número subiu face ao ano anterior em 11 anos.

Segundo dados oficiais do governo japonês, em outubro passado, o número de suicídios no Japão foi superior ao número de mortes por covid-19 desde o início da pandemia.

O aumento está amplamente relacionado ao aumento dos suicídios entre mulheres e jovens. No entanto, o primeiro-ministro japonês sublinhou que “há muitos tipos de solidão” que precisam de ser resolvidos, apontando para os idosos que vivem em lares de terceira idade que ficaram particularmente isolados durante a pandemia.

O Japão tem sido consistentemente mal classificado em estudos de isolamento social. Em 2015, um estudo global realizado pelo gabinete do país descobriu que 16,1% dos japoneses com mais de 60 anos sentiram que não tinham “ninguém” a quem pedir ajuda – sendo o país com a maior proporção de países, seguido pelos Estados Unidos (13%) e a Suécia (10,8%).

Com informações The Japan Time e ZAP.

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